Meu, meu, meu

Entre luz e escuridão,
Eu prefiro caminhar pela linha do meio,
Equilibrando entre desafios de altos e baixos de imperfeições 
De um ser humano real,
Cheia de traços, marcas,
Escuridão e mistério,

Luz de um infinito extremo,
Ancestral e mãe,
Que se acolhe em meio à sua própria vastidão de sensação,
Criada por si mesma.

Eu prefiro ser obscura, onde sempre posso buscar cura,
Nua e oculta trazendo luz onde erra e aperfeiçoa com suas marcas severas,

Prefiro a cor dita da noite, do pecado, do erro,
Do mal trato, furtada e usurpada cheia de mágoa. 
Maltratada e vivida por sua própria raiva,
Violenta que se protege dos toques de séculos atrás,
Por medo a falta de coragem a ser olhar de frente.

Prefiro ser luz, silêncio e imensidão,
Que conversa com as águas para buscar 
Alguma forma de emancipação,
Contra toda a calmaria o vai e vem de água salgada,
Sagrada que limpa e suja toda a minha carcaça,

Pois nessa terra o que se planta se colhe,
Na hora e de graça.
Você por você ou pelo outro, na raça.
Onde se busca se encontra.
Se se perde claro que se encontra.

Se chora um choro de dores,
Amores-perfeitos desamores
Frios e quentes como senhores,
Senhores de um tempo antigo,
Mal curado que hoje é inimigo de ti,
De eu, de mim,

Que se trata na meia luz com ares sagrados,
Se atentando se buscando e se amando,
Porque todo o meu amor é só meu, meu, meu,

O erro e a chance de proporção a melhorar,
É só minha, minha minha,

Deixa curar e reacender como fases da lua,
Porque nada no mundo me pertence,
Só o meu amor próprio,

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