Vovó.
Eu me lembro que de ti não fui gerada,
De ti fui criada,
Do teu amor fui alimentada,
Todos os dias muito bem amada,
Seu colo escondia um cheiro bem de casa,
Seu acolher desfazia todas as mágoas,
Suas histórias me agraciavam,
Tu quem me ensinou sobre África,
Eu sei que não foi diretamente, mas indiretamente,
Teu amor pela tua terra, me ensinou a enxergar em eu mesma,
aquele potencial,
Aquele amor real,
Que só sentia quando atravessava o quintal e corria em teus braços chorar,
Quantas vezes escutou meus segredos sem segregar,
Por quanto tempo me estendeu a mão, mesmo sabendo que estava a errar,
O tamanho da minha gratidão, eu espero que chegue até o céu, ou mar,
Porque o verbo amar aqui está sem dúvidas em primeiro lugar,
São tantas coisas que poderia compartilhar, mas eu prefiro silenciar,
E homenagear a vovó Maria sem muito falar,
Só fechar os olhos e em Sião imaginar,
Que tu com seu vestido de flores, está sentada à me observar,
Guardar, curar e principalmente amar...
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