Sobre apropriação cultural...


Se apropriaram de tudo que é nosso,
Tornando nossos discursos vagos e sem propósito,

O turbante que era símbolo de sacramento,
Hoje pelos cabelos louros virou tormento,
Mas se eu, mulher preta, usar,
A desavença com o sistema vou criar,
Símbolo fashion se transformou,
Desvalorizou o que se foi criado com puro louvor,
Sendo usado em locais sagrados,
Hoje a mulher branca se vê de bom grado,

Copiam nossas invenções com propósitos divinos,
E usam como mérito próprio, seu raciocínio,
Espiam, observam, para que possam usar os mesmos enlaces com 
Disfarces de mesmas roupagem da linhagem ancestral...

Maltratam, desgraçam e nos corrompem,
Para roubar todo o ouro da nossa terra,
E rompem,
Rompem com nosso princípios que deixa de ser puro para ser sujo,
Sem sentimento e imaturo,
Imaturo por não dar o mérito ao real merecedor, o homem preto que foi sofredor,
Buscando sempre estar em sua essência, se tornou perdedor,
Porque desde o princípio os brancos tomam nosso caminho,

Criando apelidos para suas mulheres como "preta, pretinha"
Mas se esquecem daquela que foi excluída, foi vista como malícia,
E não tinha par na festa junina,
Nem tinha par sequer para jogos na esquina,
Sempre chamada de feia, suja e de cabelo pixaim,
Nós, mulheres pretas, vivíamos assim,
Na flor da idade, a reijeição era tão comum,
Ninguém queria saber de nós, porque éramos as "pretas, pretinhas"
E hoje chamam assim suas damas de companhia, 
sem esquecer dessa história que é tão minha,
Que só eu sei a dor que carrego e a baixa estima que me cerca, 
quando um de vocês, brancos, me nega,

Mas ainda bem que hoje, eu sei do meu caráter, 
da minha história e sei da minha real felicidade,
Construindo e re construindo a auto estima diariamente,
Mas a cada dia ela cai e eu ergo novamente,
Nessa luta diária contra a apropriação de pessoas inválidas, 
que vivem roubando o que é nosso,
Ao invés de procuraram a si mesmos, seus propósitos, 
Copiando e exaltando a nosso história,
Para usarem para si a sua própria glória,
Mas se esquecem que Justiceiro está a olhar,
E vai passar espada em todo o mal que o branco vai roubar,
Porque meu Pai é preto e zela pela história do povo verdadeiro,
Como Garvey me ensinou e ensina e diariamente
Eu honro essa rotina de me conhecer e levantar a auto-estima,
De ser um Rainha, preta como Nzinga!!






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